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INTRODUÇÃO

 

Na área da Enfermagem,  a qualidade dos cuidados depende de bons níveis de conhecimentos e do desempenho demonstrado pelas competências profissionais. Como em qualquer profissão, a formação continua assume-se como a forma continua em que os profissionais aprendem com o exercício da sua função.  A Pós-graduação em Enfermagem Nefrológica e Técnicas dialíticas permite ao Enfermeiro aprofundar os seus conhecimentos numa área tão especifica como esta.

 

Os acessos vasculares são responsáveis pela elevada morbilidade nos doentes em hemodiálise constituindo o principal motivo de internamento destes pacientes: "25% do total de hospitalizações no primeiro ano de construção de acesso e 11% nos seguintes" FIELDMAN (2007)". Todos nos, Enfermeiros com responsabilidade na prestação de cuidados na área da Hemodiálise, reconhecemos a importância do acesso vascular para o sucesso e a eficácia deste tipo de tratamento. A canulação do acesso vascular é um procedimento que tende a ser mecanizado, por isso torna-se fundamental o Enfermeiro conhecer todas as particularidades, desde o momento de avaliação do acesso vascular, passando pela punção propriamente dita, até à remoção da agulha e à hemóstase.

 

A escolha da NephroCare Almada como local de estágio surge por duas razões concretas no decorrer do que acima está escrito. Uma primeira, relacionada com o facto de aprofundar o meu conhecimento sobre uma técnica que pouco tive contacto e que no serviço onde exerço funções ainda está em fase de implementação, e uma segunda razão que está relacionada com o facto de que esta unidade tem cerca de 90% dos seus utentes a serem puncionados com a Técnica de Botoeira o que iria permitir uma noção bastante real do seu processo de implementação na Unidade de Almada tendo contacto com quais foram as principais dificuldades sentidas, etc.

 

Este estágio decorreu na NephroCare Almada num período de 40 horas de estágio efectivas

Nephrocare Almada

OBJECTIVOS

 

 

- Conhecer o processo de implementação da técnica de Boteira na Nephrocare Almada;

- Conhecer as vantagens e limitações da técnica na prática diária;

- Identificar os candidatos ideais á técnica;

- Formular um protocolo para implementação no serviço.

 

 

 

REFLEXÃO CRÍTICA

 

 

A experiência de voltar à posição de Enfermeiro Estagiário após sete anos de iniciar o meu percurso profissional é sempre estranho. No entanto, vi nestes dias uma oportunidade de observar, refletir e mudar/implementar aspetos concretos relacionados com a prática de prestar cuidados em Unidades de Hemodiálise.

 

A unidade de Almada mostrou-se um local rico em partilha de experiência por todos os profissionais que me orientaram ao longo dos dias que o estágio se foi desenvolvendo, sendo o foco claro, ganhar a maior quantidade de conhecimento sobre a experiencia daquele centro na implementação e desenvolvimento da técnica de Botoeira.

 

Comecei por perceber que o processo de implementação não foi fácil nem rápido. Segundo a equipa, alguns fatores foram apontados como determinantes para que esta barreira fosse ultrapassada e que hoje pudessem ter cerca de 90% dos doentes a realizar esta técnica. Foram descritos pontos como: a visão da chefia sobre o projeto, sessões de formação e esclarecimento regulares para toda a equipa de enfermagem, corpo clinico envolvido,  gestão de recursos humanos em função deste objetivo e recursos materiais (agulhas rombas). Existe também um fator determinante para o sucesso desta técnica naquele centro, é que por norma, existe uma Enfermeira (Enfermeira Sub-chefe) que, não tendo doentes atribuídos, assiste aos três momentos de conexão dos doentes e acompanha, encaminha e orienta todos os Enfermeiros ao longo do processo de tunalização e punção dos acessos.

 

A botoeira é um método de punção através do qual se cânula uma Fistula exatamente no mesmo local, com o mesmo ângulo e na mesma profundidade de penetração todas as vezes. Através do processo de cicatrização, desenvolve-se um túnel subcutâneo para o acesso vascular, permitindo o uso de uma agulha romba. Para que isto seja possível, identifiquei três pontos chaves que determinam o sucesso ou o insucesso deste procedimento:

 

- O momento de mudar para as agulhas rombas;

- Realizar duas desinfeções (antes e depois da remoção das crostas)

- Direção da canulação (o mesmo operador durante o período de tonalização)

 

Com as ferramentas que nos foram dadas nas aulas teóricas, foi fácil constatar as maiores vantagens e desvantagens associadas a esta técnica, bem como quais aquelas que podem ser ultrapassadas por uma boa prática nos cuidados de Enfermagem. Elaborei uma pequena compilação de informação que está em anexo.

 

Em jeito de conclusão, com o que observei e apreendi ao longo das 40 horas de estágio  foi possível perceber o que correu mal na implementação da técnica na unidade onde trabalho, o que já levou a uma partilha desta experiencia com o Enfermeiro Chefe no sentido de se conseguir, com baseada na prática diária da Unidade de Almada, ultrapassar os obstáculos que nos tínhamos deparado em Faro. Por fim, a elaboração de um protocolo para a implementação da técnica da Botoeira na unidade onde exerço funções revelou-se das maiores mais valias deste estágio.

 

 

 

 

AUTO-AVALIAÇÃO

 

 

Consegui realizar todos os objetivos a que me propus, tendo sido as 40 horas de observação efetivas suficientes para alcançar os quatro pontos que tinha identificado como metas para este estágio.

 

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